segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Porque temos necessidade de comunicar sobre o que comemos?

O Homem, como expoente máximo da cadeia alimentar, desde sempre comunicou sobre quais os alimentos que ingeria e como os ingeria.
Entendendo-se, cientificamente, por alimento as substâncias que, submetidas ao estômago, podem ser animalizadas pela digestão e reparar as perdas sofridas pelo corpo humano nas actividades da vida, torna-se compreensível então o facto do Homem comunicar sobre quais os alimentos que ingere. Comunica sobre os que são mais benéficos ou aqueles que serão menos benéficos, ou até, sobre aqueles que são tóxicos.
O Homem ao ter necessidade de comunicar sobre o que comemos acaba por estabelecer relações estruturais entre as diversas populações, comunidades, regiões, continentes.
O silogismo “Diz-me o que comes e te direi quem és”, que podemos encontrar em Aforismos (IV). in: A fisiologia do gosto, Braillet-Savarin, 1826; traduz de uma forma muito simples uma das possíveis razões do porquê de termos necessidade de comunicar.
A necessidade de comunicar sobre o que comemos permite estabelecer:
a) Relações pessoais;
b) Demonstrar a natureza e extensão das relações;
c) Modificar hábitos e comportamentos alimentares;
d) Estabelecer e comparar padrões alimentares;
e) Identificar alimentos benéficos/alimentos prejudiciais;
f) Identificar e prevenir patologias com origem na alimentação;
g) Identificar ideologias alimentares;
h) …
Obviamente, a forma como comunicamos sobre o que comemos pode ser exercida das mais diversas formas. A forma como comunicamos é exercida diariamente, desde as acções mais passivas até àquelas de carácter mais agressivo. Neste espaço surge a indústria do marketing/publicidade alimentar que explora e desenvolve as mais diversas conjunturas, visando dessa forma atingir determinados objectivos ao influenciar o quotidiano alimentar do homem.
Como resultado desta actividade, muitas das vezes, determinados hábitos alimentares saudáveis são alterados para hábitos alimentares prejudiciais para a saúde humana, pois a comunicação exercida pelas empresas de marketing/publicidade visam promover determinados produtos a fim de atingir o seu objectivo final (máximo lucro), não tendo em consideração esses produtos, os nutrimentos essenciais e as quantidades adequadas para a saúde humana.
Actualmente, perante uma sociedade globalizada e mediatizada o homem é confrontado diariamente com aspectos alimentares, os quais vão desde a apresentação/publicidade de produtos até às campanhas de sensibilização/esclarecimento sobre as interacções alimentares na saúde humana onde, nestas últimas, o nutricionista pode e deve ter um papel preponderante.
A disponibilização de informação ao cidadão sobre as interacções alimentares na saúde humana deve ser efectuada de uma forma racional e apoiada em estudos científicos, por forma a ser credível e acolher uma boa receptividade por parte da sociedade, pois o objectivo final é prevenir a doença e promover a saúde conduzindo dessa forma a uma melhoraria da qualidade de vida.

Adriano e Lara

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