Entende-se por nutricionista o profissional com formação universitária que, trabalha no âmbito das Ciências da Nutrição e Alimentação, fazendo o estudo, orientação e vigilância da nutrição e alimentação e intervindo nos domínios da adequação, qualidade e segurança alimentar com o objectivo da promoção da saúde, prevenção e tratamento da doença.
Na relação que o nutricionista estabelece com paciente, mais do que perceber presumíveis doenças, há que entender a pessoa, com queixas, mas também com crenças e expectativas. Chegar ao que não é expresso abertamente é o que faz o dom do nutricionista.
Sabendo-se que a comunicação é tão importante, como os conhecimentos técnicos nutricionais, introduzir na aprendizagem dos profissionais das ciências da nutrição competências relacionais ensináveis seria um passo gigante para essa valia. A necessidade de um modelo interactivo, onde seja estimulado e praticado o encontro, a colheita de informação, a compreensão partilhada/tomada de decisão.

O fase do encontro não se deve resumir ao cumprimento bem-educado, pois há muita informação que é incorporada no inicio do encontro (“quebrar o gelo”). O encontro começa pela disponibilidade para receber mais uma pessoa com os seus problemas e questões e o nutricionista, de mente liberta, do cidadão anterior, para a ouvir com atenção e interesse.
A colheita de informação é a fase primordial. Deixar o cidadão expressar livremente as suas opiniões, questões e preocupações. Estar com atenção à comunicação verbal e não verbal do doente e com congruência da parte do nutricionista, poder-se-á conhecer a pessoa. Esta colheita irá permitir ao nutricionista, realizar uma boa avaliação, um bom diagnóstico, responder compreensivelmente ás questões, esclarecer dúvidas, perceber crenças e hábitos alimentares. Compartilhar a informação é, não só dá-la adequadamente, de acordo com as necessidades de cada um, como certificar-se de que foi compreendida.
O nutricionista deve receber o utente com disponibilidade física e mental, num ambiente tranquilo, sem interrupções, colhendo a informação e compatibilizando-a tendo em vista um diagnóstico acertado, com as preocupações e crenças do cidadão e depois de conjugar a informação compartilhá-la de modo perceptível com o utente. No espaço em que o nutricionista actua, frequentemente há necessidade de mudar estilos de vida, adaptar dietas e hábitos alimentares de acordo com o dia a dia de trabalho e vida de família do utente.
O nutricionista deve ter sempre presente que quando o utente abandona a “consulta” deve saber mais sobre ele, como pessoa, do que antes de esse ter entrado no gabinete e que o utente quando se dirigiu ao seu gabinete vai à procura de alguém que lhe diga, faça isto ou aquilo.
Depois, com o prosseguimento das sessões, acaba-se por estabelecer uma estreita relação entre o nutricionista e o cidadão, tornando a troca de informação fluente e eficiente.
Adriano e Lara